Erro Médico:
É o dano provocado no paciente pela ação ou inação do médico, no exercício da profissão, e sem a intenção de cometê-lo.
Devemos separar o erro do resultado adverso, que não decorre da má pratica médica. Ele acontece quando o profissional, apesar de ter empregado todos os recursos adequados, obtém resultado diferente do pretendido.
Há três possibilidades de suscitar o dano e alcançar o erro: Negligência: Consiste em não fazer o que deveria ser feito (omissão). Imprudência: fazer o que não devia ser feito. Imperícia: fazer mal o que deveria ser bem feito.
A obrigação do Médico para com o paciente é considerado "de meio", não "de resultado", ou seja ele não é obrigado a curar o doente.
A profissão do médico é de alto risco, e o êxito de seu trabalho não depende exclusivamente dele, mas também de múltiplos fatores que independem de sua vontade.
Todo profissional comete erros. São frutos de uma noite mal dormida, um filho doente, uma dívida, problemas conjugais e etc. O cansaço médico, por horas excessivas de trabalho, gera estresse e prejudica a cognição, comprometendo o julgamento e o raciocínio. Errar é humano, mas se você for um médico, esta máxima não vale. Cabe ao médico lidar com o bem mais precioso para a espécie humana: A vida.
O risco de erro médico faz parte dos riscos da vida, como viajar de avião.
Existe uma atuante indústria da indenização por pseudoerro médico. A busca pelo dinheiro fácil. A cada quatro médicos processados, três deles são injustamente, em verdadeiras aventuras jurídicas.
Um mau resultado, ou até mesmo a morte, não significa que, necessariamente, houve erro médico. E isso explica o grande número de profissionais absolvidos. Muitas vezes, o erro é a limitação da medicina que não pode tratar tudo com êxito.
O erro médico tem sido mal focado pela mídia, que busca no rol dos eventos sociais a exceção, com forte fascínio e forte apelo comercial; A mídia vai em busca do fato, com duplo interesse da denúncia e da promoção de venda da notícia. O médico é massacrado em público, condenado e julgado muito antes do julgamento legal, por pessoas que não estudaram Direito nem processo jurídico. Invariavelmente, a reputação do médico é destruída ou seriamente chamuscada.
A mídia despreza as causas do fato ocorrido como: má formação profissional, excesso de faculdades de medicinas, que visam o lucro e não o ensino. Ambiente adverso ao ato médico, baixos padrões de saúde pública, baixos salários, com horas excessivas de trabalho. Isso tudo não justifica, mas colabora à origem do erro.
Os profissionais de saúde são vítimas das políticas de saúde pública, onde faltam recursos, infraestruturas, profissionais e etc. O governo coloca a culpa no médico, e joga o paciente fragilizado contra esses profissionais.
A boa relação entre médico e paciente, baseada em transparência e informação evitaria muitas ações judiciais desnecessárias.
Dr César Rolan Pereira CRM: 14707.
Nenhum comentário:
Postar um comentário